quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Xbox 360 - Alone in The Dark



O que você faria se todas as luzes se apagassem e você estivesse completamente sozinho, com apenas um isqueiro, uma garrafa de Vodka e um pedaço surrado de pano? A maioria diria que a combinação rende um excelente Coquetel Molotov. Mas as mentes mais criativas diriam que isso rende milhares de coisas. E é isso que o novo Alone in The Dark traz de novo. Criatividade.

A história se passa em Nova Iorque, nos dias atuais, e o protagonista Edward Carnby, apesar de todas as incongruências (o jogo original, idealizado pelo francês Frédérick Raynal, se passa no
começo do século XX), vêm para explicar alguns buracos na história original, coisa que o Alone In The Dark anterior nem se preocupou em fazer. E assim, por meio de episódios (são 9 ao total), com direito as chamadas de "Previously on...", o jogo vai se desenrolando. Ou se enrolando.

Salvem-nos!

A premissa é simples. O Detetive Edward precisa sobreviver em Nova Iorque em pleno Apocalipse. Tudo por causa de uma profecia na qual ele é a peça chave. O legal do personagem é que ele não faz a menor idéia de quem é ou a que veio. Sim, completa amnésia. E então, juntamente com outros personagens, a maioria secundários, ele vive o verdadeiro inferno na Terra. É tragédia atrás de tragédia. E é aqui que começa a ficar bom. Jogos com temáticas explosivas costumam ser bons. É gratificante você comandar um personagem que luta por sua vida. Ainda mais quando o clima de desespero toma conta do cenário. Alone In The Dark te coloca em situações onde gritar por socorro seria o sensato. Mas você está sozinho no escuro. E
a realidade nesse jogo as vezes incomoda.

Considerando a premissa, o enredo envolvendo profecias e o personagem desmemoriado, o que podemos
avaliar? Até agora nada. Este é um jogo que se avalia pelo conjunto da obra.


Qual é o botão mesmo?

O jogo começa com Edward acordando em uma cama, com outras pessoas conversando ao seu redor, cochichando alguma coisa sobre ele. O personagem então se levanta e você tem os primeiros contatos com o controle que, diga-se de passagem, pode parecer bastante confuso no início. Até porque o jogo tem o sistema de lhe apresentar os mesmos através de pop-ups explicativas, fazendo você tentar decorar rapidamente os básicos. Mas não se desespere agora. Ainda vai piorar um pouquinho.

Após alguns minutos de jogo, você é apresentado ao tão comentado Inventário. É aí que a realidade te empurra. Seu casaco é onde você armazena os itens coletados no decorrer da peleja. E a forma de vê-los, é apertando para baixo no direcional Xbox 360, fazendo com que Edward
abra o casaco e revele todos os itens. McGyver teria inveja.

Vemos garrafas de bebidas, isqueiro, arma, munição, pano, fita adesiva, lantera, pilhas para a lanterna, faca... Enfim, milhares de itens que precisam ser selecionados a dedo. Ou combinados com outros. Meio demorado quando você tem um zumbi bufando nas costas.

E temos a movimentação, tema de polêmica entre os gamers. Uns acham que foi fiel aos primeiros jogos. Outros acham que foi a pior coisa para ter sido feita. Uns dizem que a física extremamente realista é perfeita. Outros dizem que só atrapalha tal realidade. Cabe a você decidir se o personagem é duro ou tradicional. Se é banana ou bananada.

Fooooooooooogo!

Mas aí o tempo passa e nos deparamos com gráficos excelentes. Personagens bem desenhados, dublagens bem feitas e cenários bem construídos. Tudo funcionando em perfeita sincronia e aplicando dramaticidade ao enredo. É tensão do início ao fim. Mas é Alone In The Dark, ou seja, cadê o terror? As salas escuras e asfixiantes? São escassas. E o terror de verdade, só com os controles. O que deixa com medo mesmo é a sensação de desespero.

E é aí que entra o fogo, seu maior companheiro. Nesse jogo, apesar de não haver muitos locais escuros, é bom sempre andar com fogo. Os inimigos, zumbis sedentos por sangue, possuem fendas que
são destruídas no contato com o fogo. Ou seja, esse é o único meio de liquidá-los. Nocauteie os monstrengos e mande fogo neles. De qualquer maneira. Seja com um isqueiro, com um explosivo ou com uma cadeira em chamas, as animações impressionam. O fogo é real, e os efeitos são de cair o queixo. A física dos materiais, que reagem exatamente como deveriam, foi executada com maestria.

O som não fica para trás. Com uma trilha sonora digna de filmes de Hollywood, e efeitos sonoros de qualidade, a imersão é garantida. Você realmente se sentirá na pele de Edward Carnby na Nova Iorque
infernal e caindo aos pedaços.

Emoções Finais.

Embora não seja lá essas coisas no enredo curto, e tenha controles dignos de desconfiança, Alone In The Dark traz uma experiência nova para os fãs da série, uma vez que foge do terror e embarca no desespero de sobrevivência, executado como num seriado, com direito a poder pular o episódio e tudo. Com gráficos excelentes, física impressionante e som de qualidade, este é um jogo que pode ser avaliado como RECOMENDADO. Mas é aquele tipo: ame-o ou odeie-o.

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